terça-feira, 15 de julho de 2008

Ja Rule na Rocinha



O Show foi apenas uma grande jogada de marketing de Jeffrey Atkins,o primeiro rapper americano a cantar na maior favela da América Latina.
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Fui no show pra saber como seria, e foi da forma que eu esperava ...
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● Mulheres pretas seminuas rebolando no palco
● Ja Rule jogando Champanhe na plateia
● Ja Rule gritando " Faveiiila, Rocinhaaa" pra animar a plateia e dizendo que aquele é o povo dele, foi de um lugar como aquele que ele veio, que de lá sairão grandes talentos e blá blá blá.
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O que mais me surpreendeu foi um homem gordo, branco e com um camisa cheia de cifrões que traduzia o que Ja Rule dizia, que falou " Eu estou `representando´ a Rocinha aqui. .Nunca vou poder negar que, fui uma grande fã do Ja Rule, que colecionava tudo relacionado a ele e que liguei pra quase todos os hotéis 5 estrelas do Rio quando ele estava no Brasil pra saber em que hotel ele estava hospedado, só pra tirar uma foto com ele, mas hoje, 5 anos depois de tudo isso, perdi totalmente o interesse por Jeffrey Atkins assim que comecei a perceber que ele lucrava com a alienação da população negra.

3 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Oie Nalui!

Aqui é a Ana do Martins

te favoritei =]

beijocas

André Lourenço disse...

Nossos ídolos, muitas vezes, têm pés de barro.
Muitas vezes, são apenas humanos.
Entendo sua decepção, geralmente nossos heróis estão longe daquilo que deveriam ser.

"● Mulheres pretas seminuas rebolando no palco
● Ja Rule jogando Champanhe na plateia"

As fotos me impactaram muito, imagino como deve ter sido ao vivo.
O que fica disso?
Às vezes a mensagem ultrapassa aquele que a diz: Gandhi não lutou contra o Apartheid sobre os negros sul-africanos, Martim Luther King não era um marido perfeito, Leopold Senghor era em grande parte tributário de um pensamento francês, Gilberto Freire sexualizou a relação escravo-senhor e apoiou a ditadura militar.

Podemos guardar o que esses homens trouxeram de positivo: a prova de que a paz é um caminho, a de que se pode sonhar com um mundo onde crianças possam ser iguais independente de sua cor, a de que a negritude é um patrimônio essencial para a humanidade e de que através da mestiçagem, a presença negra está em todos nós.

A mensagem de Ja Rule talvez seja maior do que o artista que a transmite.

PS: Gostei de ter esbarrado contigo no Centro da cidade, na busca do saber. Quem sabe um dia não marco uma visita, informal, a sebos com a turma? Grande abraço, até terça.